A partir de hoje, o aeroporto de Presidente Prudente não conta mais com voos no início da manhã. A situação insatisfaz empresários, que a atribuem ao “alto custo” para pernoite das aeronaves. Para fazer frente à situação, um grupo inclusive avalia a possibilidade de construir um aeroporto particular na cidade. A concessionária ASP (Aeroportos Paulistas) afirma desconhecer relação das alterações de horários de voos com o tema.
O diretor geral da Apec (Associação Prudentina de Educação e Cultura), mantenedora da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), Augusto Cesar de Oliveira Lima, considera que o atual cenário do aeroporto vai na direção contrária ao progresso de Prudente, daí as tratativas com a classe para discutir a construção do aeródromo privado.
Tudo começou após uma das companhias mais tradicionais do aeroporto, a Azul Linhas Aéreas, anunciar que cessaria o voo das 5h35 e aria a ofertar o primeiro da manhã às 11h35 a partir de 1º de março. A empresa esclareceu que a adequação das operações faz parte de um “processo normal de ajuste de capacidade à demanda”. Além do voo no horário de almoço, são disponibilizados mais dois, um à tarde e outro à noite.
A questão gerou discussões entre empresários que utilizavam o primeiro voo do dia para chegar à capital paulista antes do horário comercial, visando desta forma cumprir sua agenda profissional. Diante disso, a UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente e Região) chegou a enviar ofícios para a Azul e a Gol solicitando que revisassem suas programações e disponibilizassem opções no início da manhã.
A Gol, na ocasião, comunicou à reportagem de O Imparcial que “todos os fatores foram considerados pela companhia”, mas que, embasada sobretudo por motivos comerciais, elege operar nos horários atualmente programados (no período vespertino).
Na tarde desta quarta-feira, representantes de entidades de Prudente, juntamente com o deputado estadual Mauro Bragato (PSDB), se reúnem com a direção da Gol, na sede da empresa, para novamente discutir as mudanças nos horários dos voos anunciadas para a rota de Prudente a São Paulo. O objetivo é demonstrar a necessidade dos ageiros da região pela manutenção de horários, principalmente no período matutino.
A respeito das tratativas para implantação de um aeroporto privado, o vice-presidente da Abav-SP/Aviesp (Associação Brasileira de Agências de Viagens de São Paulo), Marcos Lucas, afirma que, para que isso ocorra, é preciso que o local seja homologado para voos comerciais. “A princípio, pode funcionar para locação de hangares para pequenos aviões”, pondera.
Embora empresários atribuam a situação ao “alto custo” para pernoites dos aviões, a ASP defende que as tarifas aeroportuárias permanecem as mesmas desde que assumiu o empreendimento (em abril de 2022). “O reajuste acontecerá apenas em momento posterior, observando as normativas do anexo 5 do contrato de concessão”, argumenta.
A empresa completa que, neste contexto, desconhece que a alteração nos horários de voos – prerrogativa de cada companhia aérea – tenha relação com o tema.
Segundo a ASP, o aeroporto de Presidente Prudente atende três operações da Azul para Viracopos (SP), com chegadas às 10h55, 14h05 e 19h05 e partidas às 11h35, 16h25 e 19h45; uma operação da Latam para Guarulhos (SP), com chegada às 13h e partida às 13h30 às segundas, quartas, sextas e domingos, ao o que, nas terças, quintas e sábados, o pouso acontece às 9h e decolagem às 9h40; e uma operação da Gol para Congonhas (SP), com chegada às 12h15 e partida às 14h55 rumo à capital paulista.
Na tarde desta segunda-feira, houve encontro da UEPP, Acipp (Associação Comercial e Empresarial de Presidente Prudente) e Grupo Lidera com Dario Rais Lopes, diretor executivo da ASP.
Na ocasião, Dario garantiu que a concessionária mantém o compromisso de concluir os projetos necessários para a ampliação do aeroporto no prazo de 90 dias, a fim de dar início às obras no segundo semestre, após aprovação pela Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo).
Enquanto isso, são realizadas pequenas reformas de manutenção, como pintura e zeladoria no terminal. No mês de março, está prevista a recuperação dos banheiros e melhorias no sistema de som, entre outras intervenções. “Em relação ao que está sendo feito hoje, a ASP se dispôs a procurar mais empresas que façam abastecimento para que a gente possa compensar o período enquanto as grandes obras não iniciam”, expôs Lopes na oportunidade.
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