Teve início no começo deste mês a campanha de vacinação contra a febre aftosa no Estado de São Paulo. O calendário sofreu alteração neste ano. Para a primeira etapa da campanha, deverão ser vacinados todos os bovídeos - bovinos e bubalinos - com até 24 meses de idade. De acordo com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo, 919.990 cabeças serão imunizadas nesta etapa no oeste paulista.
Segundo o órgão, na região do EDA (Escritório da Defesa Agropecuária) de Presidente Prudente serão vacinadas 343.591 cabeças de bovídeos de até dois anos de idade; no EDA de Presidente Venceslau, 409.133; e no EDA de Dracena, 167.266 cabeças.
Conforme indica a coordenadoria, o objetivo da inversão do calendário é garantir a oferta oportuna de vacina contra a febre aftosa nas etapas de vacinação deste ano. Nesta primeira etapa, o prazo para imunização do rebanho se encerra ao final de maio e o produtor rural tem até 7 de junho para declarar a vacinação. A segunda fase da campanha tem início em novembro, quando o produtor deverá vacinar todo o rebanho.
Após a imunização, a declaração da vacinação deve ser realizada, de preferência, por meio eletrônico, através do sistema informatizado Gedave (Gestão de Defesa Animal e Vegetal), no https://gedave.defesaagropecuaria.sp.gov.br/. Se não for possível fazê-la por meio do site, o produtor poderá ar a declaração na página da defesa.agricultura.sp.gov.br, preencher os dados e encaminhá-la por e-mail ou entregá-la pessoalmente na Unidade de Defesa Agropecuária mais próxima.
O médico-veterinário da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Breno Moscheta Welter, que junto à Coordenadoria de Defesa Agropecuária é responsável pelo Programa Estadual de Erradicação da Febre Aftosa no Estado de São Paulo, indica que a febre aftosa é uma doença altamente contagiosa e que tem grande importância social e econômica, e seu impacto prejudica produtores, empresários e famílias rurais. “Ao vacinar, o produtor rural está garantindo a imunidade do seu rebanho e contribuindo para manutenção do Estado de São Paulo como área livre de febre aftosa com vacinação”, explica o veterinário.
De acordo com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária, o criador que deixar de vacinar e de comunicar a vacinação estará sujeito a multas que variam de três a cinco Ufesps (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo) por animal. Em 2022, o valor de cada de cada Ufesp é de R$ 31,97:
- Multa de cinco Ufesps, R$ 159,85, por cabeça não vacinada;
- Multa de três Ufesps, R$ 95,91, por cabeça vacinada que não for informada ao órgão.
A reportagem consultou alguns estabelecimentos agropecuários em Presidente Prudente para saber como anda o cenário de procura pelas vacinas contra a febre aftosa no município, com a alteração do calendário. Antônio Cardoso, proprietário da Agropecuária Prudentina, indica que a campanha está “tranquila”. “Com a mudança do calendário, a maioria do pessoal deixa para a última hora. No entanto, alguns produtores já adquiriram [as vacinas] no início da campanha. As vendas estão ocorrendo, mas está devagar, tranquila. Acredito que mais para o final da campanha o pessoal vai começar a correr atrás”, indica o comerciante. Antônio ainda pontua que, com a mudança do calendário da campanha de imunização contra febre aftosa, a quantidade de vacinas adquiridas para o estoque foi menor em relação aos anos anteriores. “Foi bem menor em função da redução de animais a serem vacinados [nesta primeira etapa]”.
A auxiliar de escritório da casa agropecuária Raça Forte, Amanda Bearthman, informa que por lá a procura pela vacina anda alta. “[As vendas] já na primeira semana estavam bem altas”, relata. Assim como Antônio, Amanda conta que por conta da mudança de calendário o estoque de vacinas e a compra dos clientes estão menores se comparadas às campanhas anteriores.