Estava previsto para esta sexta-feira, em Presidente Prudente, o início da greve dos servidores municipais lotados nas funções de auxiliares na área da Saúde, que pleiteiam melhores condições de trabalho e salário. No entanto, de acordo com o Sintrapp (Sindicato dos Servidores Municipais de Presidente Prudente e Região), a paralisação da categoria foi interrompida com um pedido de liminar apresentado pela Seajur (Secretaria de Assuntos Jurídicos e Legislativos). Conforme a entidade, a atitude da istração municipal foi vista como uma “armadilha” pelos trabalhadores.
O sindicato aponta que, indignados, os funcionários permanecerão mobilizados até serem respeitados e atendidos em suas reivindicações. Inclusive, servidores compareceram ao Paço Municipal nesta sexta para um protesto em frente à rampa do prédio. Eles deverão se manter mobilizados nos seus locais de trabalho e nos horários de almoço.
Em nota, a Prefeitura informa que tem dialogado com os representantes dos servidores a respeito da reivindicação da categoria.
“No fim da tarde desta quinta, o prefeito Ed Thomas [sem partido] e seu secretariado receberam os representantes dos servidores no gabinete para tratar sobre o assunto. Durante o encontro, foi esclarecido que, neste momento, o município não tem disponibilidade financeira para atender ao pleito da categoria, mas que está aberto a continuar as tratativas com o objetivo de valorizar os trabalhadores da saúde, quando houver viabilidade orçamentária”, explica.
O início da greve foi deliberado durante assembleia realizada no dia 2 de março. O objetivo era dar visibilidade à luta de servidores que cumprem as funções de auxiliar de enfermagem, de farmácia e de odontologia. Atualmente, eles estão enquadrados na referência S5, cujo salário-base corresponde a R$ 2.070,06. A demanda é que haja a alteração para a S1 (R$ 2.824,69). Com isso, haveria um reajuste de 36,45%.
Em nota divulgada nesta sexta, o Sintrapp afirmou que os profissionais em questão tentaram, por diversas vezes, resolver a situação em mesa de negociação e não obtiveram nenhuma proposta por parte da istração. “A mobilização prevista para esta sexta foi interrompida com um pedido de liminar em meio a uma mesa de negociação. Isso mesmo, prefeito e secretários chamam para uma mesa de negociação, já sabendo da ação ajuizada para barrar o movimento grevista”, expõe o sindicato, referindo-se à reunião realizada nessa quinta, quando o prefeito afirmou que não havia disponibilidade financeira para atender a demanda dos servidores.
Segundo o sindicato, a liminar concedida pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) traz uma reunião conciliatória prevista para o dia 16. A entidade adianta que participará, juntamente com representantes da comissão, levando as reivindicações desses profissionais e cobrando uma solução por parte da istração.
“Os profissionais da saúde, que foram considerados heróis diante da pandemia, quando estiveram envolvidos direta e indiretamente no enfrentamento, expostos cotidianamente ao risco, hoje se deparam com um enfrentamento ainda maior: o descaso e a falta de valorização por parte da istração prudentina”, argumenta a entidade. “A luta desses profissionais que foram impedidos de se manifestar é justa e continuará acontecendo. Os heróis são, na verdade, trabalhadores exaustos que estão sendo abandonados pela Prefeitura”, pontua.