Nesta segunda-feira, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) denunciou 12 pessoas, entre elas três advogados, por ligações com uma facção criminosa. Presas com a deflagração da Operação Scream Fake no dia 14 deste mês, elas poderão responder por infração à lei nº 12.850/13, que trata das organizações criminosas. Entre os denunciados, estão ex-dirigentes de uma entidade não governamental que servia como fachada para dar e aos integrantes da facção. Iniciadas há três anos, as investigações se basearam em cartões de memória apreendidos com uma visitante na Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira, a P2, em Presidente Venceslau.
A análise do material, juntamente com manuscritos de detentos, revelou a estrutura da organização criminosa, que conta com setores especializados denominados "gravatas", "saúde", "financeiro" e "reivindicações".
Os "gravatas", liderados por advogados, desempenhavam um papel estratégico, fornecendo assistência jurídica e gerenciando outras áreas da facção. Já o setor "saúde" recrutava médicos e dentistas, que, muitas vezes sem saber, realizavam procedimentos incluindo intervenções cirúrgicas e eram pagos com recursos provenientes de práticas criminosas gerenciadas pelo ramo "financeiro".
O MPE (Ministério Público Estadual) também identificou a área de "reivindicações", responsável por ações judiciais fraudulentas, manifestações populares e denúncias infundadas, registradas com o objetivo de enfraquecer o sistema de justiça criminal e influenciar a opinião pública contra o Estado.