A banda prudentina, Mocambo Groove, divulga nesta sexta-feira, sua nova música, “Frefumaça”. A canção é o 11º lançamento do álbum “Ziriguibaquefreveletrickdrum”, projeto que vem sendo trabalhado desde 2021, com cada faixa acompanhada de um videoclipe. O lançamento ocorre às 12h, com a música disponível em todas as plataformas digitais e o videoclipe estreando no canal do YouTube da Mocambo Groove.
Conforme Rafael Costa, fundador da banda, “Frefumaça” é uma canção que nasceu da estrada, “inspirada em nossa turnê de 2016, quando percorremos nove Estados brasileiros ao longo de 45 dias e realizamos 37 apresentações para financiar a viagem até o carnaval de Recife [PE]”. O videoclipe de “Frefumaça” é um registro real dessa jornada, captado no improviso, com imagens autênticas do maior carnaval do mundo, além de outras manifestações culturais que eles encontraram pelo caminho.
“A rua foi nosso palco, nossa casa, nosso sustento. Tocamos onde havia espaço para a música ecoar: praças, praias, feiras, casas de show, esquinas iluminadas por postes antigos. Enquanto os instrumentos falavam, a estrada se desenrolava à nossa frente, nos levando cada vez mais longe”, lembra Rafael.
A música conta com a participação especial do músico Eder “O” Rocha, referência na percussão brasileira e fundador do Mestre Ambrósio, que gravou pandeiro, gonguê de duas campanas, caixa e ganzá, trazendo a sonoridade que faltava para a faixa.
Dessa vez, o clipe não foi filmado agora. Ele já existia. “Ele foi registrado em 2016, sem que soubéssemos que um dia seria parte de algo maior”.
O videoclipe de “Frefumaça” não foi roteirizado, não foi planejado. Ele foi vivido quando a Mocambo Groove pegou a estrada com um objetivo: sentir o carnaval de Recife na pele. Sem patrocinador, sem estrutura de turnê, mas com um plano simples e ousado: financiar a viagem tocando. “Cada nota nos levava mais longe. Até que chegamos ao maior carnaval do mundo, e vimos de perto a força do frevo, o estandarte dos maracatus cortando as ruas, a vibração de um carnaval sem amarras”.
Naquele momento, enquanto gravavam com celulares e câmeras improvisadas, não sabiam que aqueles registros um dia seriam o videoclipe de uma música que ainda não existia. Mas a arte tem seu próprio tempo. O que era estrada virou imagem. O que era imagem virou memória. E a memória virou som.
A tecnologia era outra. Não havia grandes câmeras, produção cinematográfica ou luzes bem posicionadas. “Gravamos como deu. Na pressa, no improviso, no meio do turbilhão. O que poderia ser um limite virou identidade. A estética de ‘Frefumaça’ é essa: um registro orgânico, autêntico, um fragmento da memória capturado no calor do momento”, ressalta Rafael.
E cada vez que reveem essas imagens, a viagem pulsa novamente. “O frevo riscando o chão de Olinda. O maracatu cortando a cidade como um trovão. O suor dos caboclos de lança, os foguetões estalando no céu, a poeira levantada no rastro do som”.
"FREFUMAÇA"
Frefumaça explode na praça,
Pois é na rua que o meu bloco a.
Água ardente espanta a solidão
Andorinha só acorda o bando e faz um verão.
Minha guitarra insistente não para,
Baixo e bateria sempre me amparam.
Busca pé, estalo e rojão
São como os meus pés ao ouvir o refrão.
Dinheiro agora faliu
E todo mundo viu ele perder seu valor,
Riqueza é ter o que comer
Mais vale viver do que colecionar cifrão.
