O Dia das Crianças, celebrado com tanto entusiasmo em diversos países, vai muito além de presentes e brincadeiras. Ele convida a refletir sobre algo que, por vezes, parece escapar na correria da vida moderna: a importância de permitir que as crianças sejam, de fato, crianças. Num mundo acelerado, repleto de pressões e expectativas, resgatar a pureza da infância é uma responsabilidade que todos devem carregar.
Ser criança é um direito. É a fase da vida em que as descobertas são feitas de forma leve, os sonhos são ilimitados e a imaginação não encontra barreiras. No entanto, muitas vezes, sem nos dar conta, cobra-se dos pequenos que "cresçam" mais rápido do que deveriam, que adotem posturas e responsabilidades de adultos antes do tempo. Ao fazer isso, acabam por retirar deles uma das partes mais preciosas da vida: a vivência plena de cada etapa.
A infância é uma época de construção, de brincar e aprender, de errar e tentar de novo. É nesse período que os vínculos mais profundos são formados, que o caráter começa a ser moldado e que as experiências se tornam alicerces para o adulto de amanhã. Pular etapas da infância é perder a oportunidade de fortalecer esses pilares de forma saudável e natural.
Há uma beleza indescritível na simplicidade de uma criança correndo no parque, se sujando de lama, se encantando com uma borboleta ou rindo de uma piada boba. Essas pequenas experiências são as que ficam gravadas na memória e alimentam a alma. São nesses momentos que se constrói a felicidade genuína, a autoconfiança e o senso de pertencimento ao mundo.
Os adultos têm o dever de proporcionar às crianças um ambiente onde possam ser livres para experimentar, sem pressões desnecessárias, onde os erros sejam aceitos como parte do crescimento e onde a fantasia ainda tenha espaço. Devem incentivá-las a brincar, a criar, a explorar, sem antecipar as exigências da vida adulta.
Neste Dia das Crianças, o presente mais valioso que se pode dar é o tempo. Tempo para estarem juntos, para ouvir suas histórias, para brincar ao lado delas e, acima de tudo, para lembrá-las de que ser criança é um privilégio que deve ser vivido em sua totalidade. Cada fase tem seu tempo, e o tempo da infância é único e insubstituível.
