A defesa do presidente Jair Bolsonaro de não politizar a redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) trouxe grande expectativa em relação ao tema. Mas felizmente este ano o tema não surpreendeu: “A democratização do o ao cinema no Brasil”. Este é um tema social e a reflexão do mesmo deve ar por uma avaliação crítica. O candidato, na dissertação-argumentativa, exigência do Enem, deve conduzir os argumentos necessariamente pela reflexão sobre a importância cultural do cinema e da escassez do seu o no nosso país.
O tema foi bom. Os alunos puderam mostrar o pilar que sustenta a democracia: a Constituição Federal de 1988 que garante o o pleno à cultura, inclusive ao cinema. Também como sugestão, o aluno poderia problematizar que o o ao cinema ocorre de forma desigual entre as regiões do país, pois o Norte e o Nordeste têm menos locais de o à arte que o Sul e o Sudeste.
Exemplos que confirmem os argumentos são sempre bem-vindos. Assim, citações de filmes nacionais como os que alcançaram projeção internacional - “Cidade de Deus (2002)”, “O Auto da Compadecida (2000)” e “Central do Brasil (1998)” - são convenientes.
Como sugestão, o aluno poderia problematizar que o o ao cinema ocorre de forma desigual entre as regiões do país
Importante também é nunca ferir os direitos humanos e, na conclusão, apresentar propostas de intervenção para minimizar os imes é indispensável, caso contrário o aluno perde 200 pontos. Nesse tema, alternativas de interferência são diversas, como a criação de um vale cinema ou solicitar ao governo criação de disciplina nas escolas para falar sobre o valor da arte, por exemplo.
Enfim, o tema do Enem não surpreendeu e trouxe menos dificuldades que do ano ado, com a manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados da internet. Como professora, estou feliz, porque os alunos tiveram o senso crítico e a reflexão muito bem desenvolvidos nas aulas de redação, por consequência, terão sucesso garantido. E viva a compensação desses jovens estudantes, às vezes, triturados por avaliações que não avaliam de forma adequada, que possibilite mostrar os resultados dos seus esforços e de muito estudo.
