O câncer de próstata é o tipo mais comum entre os homens, depois do câncer de pele não melanoma, e representa uma das principais causas de morte masculina por câncer no Brasil e no mundo. A despeito disso, ainda persiste um silêncio perigoso em torno do tema, alimentado por preconceitos, desinformação e resistência à realização de exames preventivos — como o PSA (antígeno prostático específico) e o toque retal.
Por isso, campanhas que viabilizam a realização de tais exames são de extrema importância, a exemplo do evento a ser realizado neste sábado pelo Capítulo Mont Salvat nº 104 da Ordem DeMolay de Presidente Prudente: uma ação gratuita de promoção à saúde do homem, com foco na prevenção do câncer de próstata.
O mês de novembro, com suas campanhas voltadas à saúde do homem, especialmente por meio do movimento Novembro Azul, tem como missão jogar luz sobre essa realidade. Mas é necessário que essa conscientização vá além das campanhas sazonais. A saúde masculina não pode ser tabu.
O exame de PSA é um simples exame de sangue que mede a quantidade dessa substância produzida pela próstata. Quando os níveis estão alterados, pode ser um indicativo de inflamação, hiperplasia benigna ou, em alguns casos, câncer. Ele não substitui o toque retal, mas, combinado a ele, aumenta significativamente as chances de detectar a doença precocemente — quando as chances de cura superam 90%.
Entretanto, muitos homens ainda evitam esses exames por medo ou vergonha, o que leva ao diagnóstico tardio, quando o tratamento se torna mais complexo, agressivo e, em muitos casos, com menores chances de sucesso. É urgente desconstruir a ideia de que cuidar da saúde é sinal de fraqueza. Pelo contrário: é um ato de coragem e responsabilidade.
A medicina preventiva deve ser prioridade. Homens a partir dos 50 anos — ou 45, no caso de histórico familiar ou pacientes negros, grupo de maior risco — devem procurar um urologista regularmente. A informação é a primeira arma contra o câncer. O silêncio, por outro lado, pode ser fatal.
Enquanto sociedade, temos o dever de promover ambientes em que os homens se sintam seguros para cuidar da própria saúde, sem julgamentos. Que possamos transformar o preconceito em prevenção, o medo em informação e o silêncio em diálogo. Cuidar da saúde é um direito — e uma responsabilidade.