Construindo a Unesp 54356e

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OPINIÃO - Bernardo Mançano Fernandes 3e4044

Data 25/08/2019
Horário 06:55

No ano em que a FCT (Faculdade de Ciências e Tecnologia) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Presidente Prudente completa 60 anos, eu completo 30 anos de FCT. Eu e a FCT temos quase a mesma idade, nasci em dezembro de 1958 e a FCT em maio de 1959, mas nos encontramos somente em agosto de 1989. Cheguei a Presidente Prudente recém-formado na graduação e tornei-me professor do curso de graduação em Geografia, dando aulas para meus ex-colegas de graduação que participavam da AGB (Associação dos Geógrafos Brasileiros). Em 1988, éramos colegas de graduação, em 1989 eu era professor deles. Isto aconteceu há 30 anos, hoje dificilmente alguém entra na universidade sem o título de doutor.

Vivi metade da minha vida trabalhando e construindo a Unesp. Em 1998, fundei o Nera (Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária), um dos mais ativos centros de pesquisa de geografia agrária do mundo, dedicado a pesquisa e a extensão, formamos uma equipe que tem trabalhado a questão agrária no Pontal do Paranapanema, no Brasil, na América Latina, alguns países da África, da Europa e do sudeste asiático. Estas experiências proporcionaram a criação da Revista NERA que se tornou um dos mais prestigiados periódicos científicos do Brasil. Criamos a Rede Dataluta para ampliar as escalas de nossos estudos tornando-a uma rede internacional.

Trabalhando na graduação e desde 2000 na pós-graduação, amos dos estudos de caso para estudos em escala nacional e de projetos comparativos em escala internacional. Em 2013, tornei-me professor livre docente pela Unesp, depois de fazer pós-doutorado na Universidade do Sul da Flórida. Ainda em 2009, através de um acordo de cooperação entre a Unesp e a Unesco, trabalhei na criação da Cátedra Unesco de Educação do Campo e Desenvolvimento Territorial no campus de São Paulo. A partir da Cátedra, contribui para a criação do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Territorial na América Latina e Caribe (TerritoriAL), no ano de 2011.

No Nera, aram mais de 200 estudantes e muitos se tornaram mestres e doutores, que trabalham em diversas universidades do Brasil e do exterior. No TerritoriAL aram mais de cem mestrandas e mestrandos que também estão trabalhando em diversos movimentos camponeses, cooperativas, escolas, universidades do Brasil e da América Latina. Nestes 30 anos de Unesp, 20 anos de Nera e dez anos de Cátedra, contribuímos significativamente com a construção da Unesp.

Isso só foi possível pelo apoio incondicional das direções do Departamento de Geografia, da Faculdade de Ciência e Tecnologia e da reitora da Unesp, que nunca criaram um obstáculo sequer para o desenvolvimento de meu trabalho. Isso é fruto de uma universidade autônoma e democrática. Em 2008, 2012, 2014, 2016 e 2018, fui respectivamente professor visitante nas seguintes universidades: Universidad Andina Simón Bolívar (Equador), Universidad Nacional de La Plata e Universidad Nacional de Córdoba (Argentina), Stanford University (Estados Unidos) e Cardiff University (País de Gales).

Foram 30 anos de aprendizado. Aprendi a defender a universidade pública como condição de desenvolvimento de nosso país. Aprendi que a educação é um caminho de ascensão social, econômica e política. Aprendi que a pesquisa transforma realidades, através da criação de novas teorias, métodos e conceitos. Uma das experiências mais emocionantes da vida é ver uma ou um estudante crescer e torna-se melhor do que nós na construção da universidade, da sociedade, de um país democrático.

Hoje, esse aprendizado transformou-me em um batalhador em defesa da universidade pública e da garantia da pesquisa livre, trabalhando para a Unesp continuar neste caminho.   

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