No dia 31 de maio é celebrado o Dia Mundial Sem Tabaco, data promovida pela OMS (Organização Mundial da Saúde), com o objetivo de alertar a população sobre os riscos do consumo de tabaco para a saúde. O dia busca conscientizar as pessoas sobre os efeitos nocivos do tabaco, que é uma das principais causas de doenças evitáveis, como câncer, doenças cardíacas, doenças respiratórias e outros problemas de saúde.
A pneumologista Marília Gabriela Braga Macarini, de Presidente Prudente, explica que a pessoa fica dependente do cigarro quimicamente pela ação da nicotina”. A substância inalada chega rapidamente à corrente sanguínea e ao cérebro, onde promove sensações de prazer e relaxamento. Mas, a dependência é também psicológica, pois o cigarro a a ser uma muleta para lidar com os problemas e os sentimentos difíceis”.
A pneumologista diz que o cigarro compromete a saúde da pessoa a curto e longo prazo. A curto prazo, principalmente através dos sintomas da dependência/abstinência, a necessidade de cada vez mais altas e frequentes doses de nicotina para sentir o mesmo prazer e relaxamento de antes. A ansiedade, a inquietude e a fissura aparecem com períodos cada vez mais curtos de abstinência.
A longo prazo, a médica explica que as muitas substâncias cancerígenas e altamente inflamatórias promovem lesões em toda a via respiratória como nariz, seios da face, garganta, língua, laringe, traqueia e pulmões. “As possíveis consequências a médio e longo prazo são sinusite crônica, diminuição e perda de olfato, doença pulmonar obstrutiva crônica, cor pulmonale - doença cardíaca associada com doença pulmonar - e vários tipos de câncer”.
As consequências mais graves são certamente as que estão relacionadas à saúde física, explicou a médica, mas há danos em todas as esferas da vida. “A dependência psicológica pode tornar a pessoa ansiosa e irritadiça na impossibilidade de fumar. Problemas relacionados ao sono, inconvenientes como pausas no trabalho, o dor desagradável característico e os gastos financeiros com o cigarro e com os tratamentos de saúde que venham ser necessários com o tempo”.
Segundo Marília, a influência pode ser um dos fatores que leva uma pessoa ao tabagismo. “É difícil mensurar o papel da influência, porque é altamente subjetivo, mas sabemos que houve uma queda no número de fumantes, principalmente até 2020 e, desde então, temos observado novamente um aumento. Acredita-se que as redes sociais e, principalmente, a popularização do cigarro eletrônico sejam responsáveis por esse novo aumento”.
O fumante pode colocar em risco a saúde de pessoas de seu convívio. A médica fala que o tabagismo ivo - inalação de fumaça de cigarro por terceiros - a longo prazo, leva aos mesmos problemas de saúde de quem fuma. Pessoas com sensibilização alérgica, como rinite e asma, podem sofrer consequências imediatas com descompensação do quadro respiratório. Ela também alerta sobre fumar durante a gravidez, que pode levar a vários tipos de alterações fetais. “Enfim, precisamos ter em mente que o cigarro de papel ou eletrônico é uma droga. Legalizada, mas ainda assim, uma droga”.
Marília afirma que é possível sim parar de fumar, mas não é fácil. “A dependência não é igual entre os tabagistas. Em geral, o tratamento é multidisciplinar com médico pneumologista e/ou psiquiatra, psicólogo, fisioterapeuta cardiopulmonar e pode ou não envolver medicamentos que ajudem nos sintomas da abstinência”.
Ela ressalta ainda que as ações educativas são importantíssimas desde a infância e, principalmente, no início da adolescência. “Mas políticas públicas que dificultem o o e a divulgação do cigarro são fundamentais para evitar, principalmente, que a pessoa que tem curiosidade, experimente”.
Cedida
Pneumologista Marília Gabriela Braga Macarini