Um grande estudo internacional analisou os dados de mais de 96 mil adultos de diferentes países para entender se a quantidade de os que damos por dia pode ter algum efeito sobre a saúde mental. A conclusão foi direta: pessoas que caminham mais apresentam menos sintomas de depressão.
O trabalho, publicado na revista científica JAMA Network Open, avaliou 33 estudos feitos ao longo de quase duas décadas. Os pesquisadores usaram dispositivos como relógios, pedômetros e celulares para medir, com precisão, quantos os as pessoas davam por dia. Também avaliaram, com ferramentas padronizadas, os níveis de tristeza, desânimo, apatia e outros sinais associados à depressão.
Os resultados mostraram que caminhar está relacionado a uma menor chance de desenvolver depressão ao longo do tempo. O mais importante: os benefícios aparecem mesmo entre aqueles que caminham pouco, mas aumentam seus os aos poucos. Pessoas que davam em média 7 mil os por dia, por exemplo, tinham um risco 30 por cento menor de desenvolver depressão do que aquelas que caminhavam menos.
Outro dado importante é que, para cada mil os a mais por dia, houve uma redução adicional de cerca de 9 por cento no risco de depressão. Isso significa que mudanças pequenas na rotina, como estacionar um pouco mais longe, subir escadas em vez de usar o elevador ou fazer uma caminhada ao final do dia, já podem trazer ganhos para o bem-estar emocional.
Por que caminhar ajuda tanto? Existem várias explicações possíveis. Caminhar melhora a circulação, ajuda na regulação do sono, diminui a tensão muscular e ativa áreas do cérebro ligadas ao prazer, ao foco e à motivação. Além disso, andar pode funcionar como uma forma prática de lidar com pensamentos negativos, criando uma pausa mental no meio da rotina. Para muitas pessoas, caminhar ao ar livre também representa uma chance de ter contato com a luz natural, respirar melhor e observar o ambiente, o que contribui para a sensação de presença e equilíbrio.
É importante lembrar que caminhar não substitui tratamentos para quem já tem um diagnóstico de depressão. Mas pode ser uma ferramenta poderosa de prevenção e de apoio ao tratamento. Integrar caminhadas à rotina diária pode melhorar o humor, aumentar a disposição e ajudar no enfrentamento de momentos difíceis.
O estudo também mostrou que os benefícios de caminhar são universais. Eles foram observados em homens e mulheres, jovens e idosos, em diferentes contextos culturais e sociais. Isso reforça a ideia de que não é necessário seguir uma rotina rígida de exercícios. O essencial é se movimentar com regularidade e dentro das possibilidades de cada um.
Se você tem sentido cansaço constante, desânimo frequente ou dificuldades para lidar com o dia a dia, incluir pequenas caminhadas pode ser um bom ponto de partida. E se você já está bem, caminhar pode ser uma forma inteligente de preservar sua saúde mental. Cuidar do corpo e da mente pode começar com um gesto simples: levantar e dar os primeiros os.
