Com a chegada de uma nova frente fria a Presidente Prudente, a paisagem urbana muda, e não apenas por conta das temperaturas mais baixas. Nas ruas, a cena que se repete é a de pessoas em situação de vulnerabilidade extrema, buscando abrigo sob marquises, em praças e em qualquer espaço que ofereça algum tipo de proteção contra o vento gelado da madrugada. Para elas, o frio não é uma questão de conforto, mas de sobrevivência.
Na quarta-feira (28), a Secretaria Municipal de Assistência Social deu um o importante ao intensificar as abordagens sociais à tarde e à noite, em um esforço de acolhimento e proteção. Foram distribuídos 80 cobertores e, mais do que isso, oito pessoas aceitaram ser acolhidas no Serviço de Acolhimento Provisório de Presidente Prudente, conhecido também como antiga Casa de agem.
Essas ações não apenas aquecem corpos, mas reacendem a esperança, para quem vive nas ruas e para quem ainda acredita na força da política pública aliada à solidariedade. No entanto, elas não bastam sozinhas.
Neste momento, a sociedade civil também é chamada a agir. A doação de cobertores, agasalhos e até alimentos pode fazer a diferença entre uma noite ável e uma noite de sofrimento. Mais do que isso, doar é um ato de reconhecimento: ninguém deve ser invisível, especialmente quando o frio castiga.
A realidade das ruas é dura o ano todo, mas se torna cruel nos dias gelados. É preciso olhar para essas pessoas com humanidade, como cidadãos que têm nome, história e dignidade, e que, por razões muitas vezes alheias à própria vontade, acabaram sem teto, mas não sem esperança.
Que o frio, tão incômodo para quem tem casa, sirva como alerta para lembrar daqueles que não têm. E que cada cobertor doado seja mais que um gesto de caridade, seja um símbolo do calor humano que ainda nos mantém unidos.
